O tema de hoje é pé diabético, você conhece essa enfermidade?
O nome já dá a dica, o pé diabético é uma condição derivada do diabetes, que necessita de tratamento específico com equipe multidisciplinar e cuidados especiais ao portador da doença.
Além de toda complicação gerada por se tratar de uma doença crônica, o problema se agrava ainda mais por acometer, principalmente, os idosos, que normalmente apresentam redução de acuidade visual e dificuldade de mobilidade.
Outro agravante é a ocorrência de acidentes domésticos, bem comuns nesta faixa etária, e todos sabemos que qualquer ferida para quem sofre de pés diabéticos representa um grande risco de sequelas graves como ulcerações ou, em casos extremos, amputação do membro inferior.
Como podólogos já atendemos muitos pacientes com pés ulcerados e outras sequelas da doença.
Só quem passa por uma situação extrema como essa, sabe o quanto é doloroso e traumático. Para nós também é muito difícil, afinal fazemos de tudo para evitar o sofrimento dos nossos pacientes.
Junto a estes dados está o crescente aumento de pessoas que sofrem com distúrbios ligados aos maus hábitos alimentares e a vida sedentária, colocando a enfermidade em um quadro clínico bastante preocupante.
A fim de evitarmos condições dessa gravidade, que preparamos esta matéria. Nosso objetivo é mostrar que o pé diabético é uma condição que necessita de atenção especial, mas que com um tratamento individualizado e sistêmico, o paciente consegue conviver com a doença e usufruir de uma vida normal.
Queremos ajudá-lo a identificar facilmente seus sintomas e, então, começar os procedimentos terapêuticos o quanto antes, para que a enfermidade não apresente sérias consequências.
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Sintomas do pé diabético
Você sabia que o pé é um dos membros que mais sofre com o diabetes?
Mas saiba que nem todo diabético possui pés diabéticos e que o diagnóstico do pé diabético deve ser feito por um profissional.
O pé do diabético apresenta problemas vasculares, é mais sensível, apresentando uma pele mais fina, extremamente ressecada e de difícil cicatrização. Inclusive, alguns pacientes, em estágio mais avançado da doença, perdem a sensibilidade e não percebem quando algo está machucando seu pé.
Além disso, os portadores costumam apresentar deformidades nos pés como joanete, dedos em garra, dedo em martelo, pois o paciente costuma pisar com a ponta ao invés de usar a base dos dedos.
Essas características são específicas e precisam de acompanhamento, avaliação periódica e orientações individuais. O problema é crônico, porém se tratado corretamente, o paciente tem uma vida normal e pode conviver com a enfermidade sem grandes sobressaltos.
Com isso, faz-se necessário incluir cuidados especiais diários na vida do portador da doença. Toda cautela é pouca quando se trata de saúde, não é mesmo?
Cuidados e Prevenção do Pé Diabético – Calçado é fundamental
Pode parecer exagero, mas o uso regular de sapatos inadequados pode gerar complicações a longo prazo, como uma encravada, joanete esporão, por exemplo. E no caso do diabético é ainda mais imprescindível a atenção com os calçados, pois corre-se o risco do aparecimento de lesões, que representa sempre um grande problema.
É por isso que separamos algumas sugestões simples para quem sofre com o pé diabético:
- O calçado deve ser confortável, arredondado e do tamanho correto, pois a pessoa pode não sentir quando está apertado, o que pode ocasionar indesejáveis lesões.
- Prefira comprar sapatos no final do dia, horário onde os pés costumam ficar mais inchados, evitando comprar sapatos apertados.
- Verificar sempre se não há pedrinhas, areia ou algum objeto dentro do calçado antes de colocá-lo.
- Use meias sem costura, pois a saliência sobre os dedos pode lesionar e causar úlceras. Ou coloque-as do avesso pois também reduz o atrito com a costura da meia.
- Prefira meias de algodão brancas e evite as de tecido sintético.
- Seque bem entre os dedos dos pés, use papel toalha ou secador de cabelos com ar frio.
- Sente, coloque um pequeno espelho embaixo dos pés e observe-o todos os dias para perceber alterações de cor, ressecamento ou machucados, pois a maioria são idosos tem dificuldade de mobilidade, esta medida ajuda a perceber alterações nos pés e a prevenir problemas futuros.
- Corte as unhas com alicates somente no comprimento e lixe as laterais, NUNCA use alicates ou perfuro cortantes para tirar cutículas ou calos e calosidades.
- Hidrate o pé: pele, unhas e cutículas, diariamente após o banho e com cremes a base de água para não escorregar.
- Ao perceber um machucado consulte rapidamente um especialista da sua confiança, para evitar que se transforme em uma úlcera local.
- Caso você tenha problemas de visão, peça a alguém que avalie seus pés diariamente.
Tratamento com um especialista
Como um podólogo pode me ajudar se estamos falando de diabetes?
O médico trata da doença como um todo e muitas vezes indica o podólogo, que tem um papel fundamental na prevenção, acompanhamento e controle de doenças dos pés. O principal objetivo do podólogo é oferecer qualidade de vida e bem estar as pessoas e principalmente aqueles que tem problemas nos pés e precisam de um cuidado especial.
Infelizmente já presenciamos muitos pacientes com graves consequências da falta de cuidado e como sabemos, o diabetes é um transtorno de saúde que prejudica a circulação e o processo de cicatrização, podendo levar até a amputação do membro afetado.
Estamos falando de uma doença crônica que não tem cura, mas que com o tratamento adequado e seguindo as orientações do especialista, não apresenta graves consequências e pode-se conviver com a doença sem grandes mudanças na rotina.
É aí que podemos auxiliá-lo! Os anos de estudo e a nossa experiência já ajudaram muitas pessoas a evitar as complicações derivadas do distúrbio do pé diabético.
Nosso tratamento consiste em recomendações cientificamente comprovadas, porém o paciente também precisa se comprometer com a sua melhora clínica seguindo as orientações do especialista e, também, adquirindo hábitos saudáveis como boa alimentação, prática de exercícios regularmente, além é claro do controle contínuo do diabetes e da pressão arterial.
Esperamos que a matéria tenha esclarecido suas dúvidas sobre o pé diabético e os cuidados diários que vão lhe ajudar a lidar melhor com a doença.